segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Declaro

Você vai ler essa.
Não se trata mais de mágoa ou raiva, mas de um desconforto infinito dentro de mim todas as vezes que eu lembro de tudo. Um inoportuno, inconveniente que me fazia acordar de mau humor todas as vezes que eu me lembrava durante a noite.
Muitas coisas aconteceram desde aquele dia. Engraçado que todas as vezes que algo acontecia (ainda acontece às vezes) eu sentia vontade de pegar o telefone e te ligar, pra te contar. Acho que é mais do que habito, era algo que me fazia bem.
Queria que você soubesse de todas as novidades e voltad que a minha vida deu desde que você se foi. Ainda acho que um dia vou te contar entre risos sobre as ciladas que eu me meti enquanto você não estava por perto.
Conheci uma pessoa que me fez entender todas as coisas que acontecem nas nossas vidas me remetendo a outras vidas. Você sabe o quanto eu sempre fui cética, apesar de um pouco de fé que sempre guardei.
Eu confesso que em meados de março você não existia mais no meu coração. Cheguei por vezes (duas ou três) a te encontrar (OAB, dia de Iemanjá,  e o show do nosso Zeca Baleiro), e em nenhuma vez você mexeu comigo. Muito pelo contrário, até senti um pouco de desprezo e nos achei completamente estranho e diferentes. Estava certa que você apenas era um mau caráter, que tentou ser o que não era, nem nunca seria. Mas numa quinta-feira ensolarada conheci uma pessoa que me falou sobre você, sem eu perguntar. Ousou dizer que você ainda estava no meu caminho e a nossa separação, não foi Deus quem fez.
Lembrei de uma vez que estavamos no sítio. Não me lembro o nome da entidade, mas era algo "das matas", que falou assim: "vocês se amam e vão ficar juntos. Mas vão estar separados um tempo. Isso vai servir para que cada um ganhe seu pataco primeiro...mas no final, entre tentações e obstáculos, o amor sempre vence". Em lembro que remetemos isso a uma possível chance de você passar num concurso, ir pra longe, e por isso demorarmos para ficar juntos. Só que não (como dizem por aí...).
Você não vai acreditar, eu tive a oportunidade de viajar por vidas e te encontrei em todas elas. Nunca conseguimos terminar uma juntos, sabia? Vai sair um livro sobre isso. Já prometi. O prólogo tá no último post.
Muita coisa eu precisei evoluir para entender que não se tratava de "falta de amor", mas que naquele momento não estavamos no mesmo compasso. Um atrapalhava o outro, de certa forma, apesar de toda obsessão de cheiros, beijos e corpos. De alguma maneira meus pés estavam amarrados aos seus e não conseguiamos nos movimentar direito. Tínhamos nossas diferenças sobre valores, o que me preocupava muito.
Mas hoje eu sei que tem muita coisa que você ainda vai entender e descobrir. Assim como eu estou descobrindo, aceitando, entendendo.

"Não era comum. Aquele sentimento do medo de perder e a vontade de segurar firme pra nunca mais sair do alcance dos meus olhos não vinha daquele setembro de 2011, mas de muitos anos antes. De muitas vidas antes. De muitas perdas antes. Quem nos via, dizia que nós dois nos segurávamos com firmeza e tínhamos medo de nos largar. Não fazia mais sentido um sem o outro. O preto e a branca. Assim nós nos chamávamos. Com o encontro de Yan e Yang, que se completam, se perfazem e se tornam, indestrutíveis!"

Vai demorar um tempo até que nossas almas estejam em sintonia. Os corpos agora não respondem conforme o combinado num plano superior. Mas haverá outra chance. Fica o mesmo combinado. Quem chegar primeiro espera o outro. E a gente se perdoa. E tenta de novo, de novo, e por toda a etenidade...


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