quarta-feira, 15 de junho de 2011

Há momentos em nossas vidas que precisamos decidir de que lado queremos estar.
Não importa o quanto você fuja desse dia. Uma hora chega.

Destino é algo que me assusta.
Toda vez que eu penso que as coisas em minha vida estão predestinadas à acontecerem desde antes de eu nascer, me dá um frio na barriga e me faz pensar que talvez os dias de dúvidas, ansiedade e lutas podem ter sido em vão. Simplesmente porque algo iria ou não acontecer, e eu nada poderia fazer contra aquilo.

Há duas ou três semanas atrás eu fui demitida.
Não sei explicar bem o que houve. O que eu consigo me lembrar com muita clareza é de um homem que parecia um ditador, impondo regras, forçando a "boa" convivência (ao modo dele), sempre perto e ao mesmo tempo sempre distante. Parecia com medo de não ser respeitado, de estar sendo seguido, de estar sendo traído, de não estar fazendo a coisa certa. Por isso desrespeitava. Por isso seguia os outros, por isso traía e quase sempre fazia a coisa errada, do jeito errado.

Confesso que antes de começar a faculdade eu cheguei a pensar que dentro do ramo do Direito haviam apenas pessoas que tinham o dom dos justos, que idealizavam o bem comum, que lutavam pelo certo, pelos fracos, pelo equilíbrio e que todos eles tinham em sua mesa da sala uma estatueta da justiça, carregando aquela espada, aquela balança, só para admirar.
Cheguei a imaginar também que talvez nem todo mundo pensasse assim, mas que fizesse a coisa certa.

Hoje, eu sei que poucos são os que lutam pela justiça. Que exercem o seu papel dentro do Direito como um verdadeiro guerreiro, que nem todos querem o bem comum e que alguns fazem unica e exclusivamente por dinheiro. Triste.

De nada me arrependo.
Aprendí que para bem atuar no Direito a gente precisa se apaixonar por nossas causas. Eu estava cega de raiva e cheia de esperança de conseguir mudar alguma coisa depois de tantos anos. Não pensei nas consequências. Nem na época e nem agora. Nem vou pensar, porque não consequência. Haverá apenas frutos. Ainda creio.

Pra quem duvidava do teor da fábula, ouviu minha voz.
Aí é que eu digo que o destino entra. Não era minha vontade, não foi programado. Mas essas coisas costumam cair de paraquedas em cima das minhas mãos.

Quanto está valendo essa briga aí? Eu vou levar. Das grandes, por favor.
Foi assim.

Eu quis falar alto, quis jogar tudo no claro. Coloquei as cartas na mesa.
Eu sei, de início, eu não queria me envolver. Lutei contra mim, contra meus extintos. Mas quando eu ví, já estava alí na frente dele, olhando firme em seus olhos, questionando-o. Olhei feio mesmo. Batí a porta, disse que "não" e não, não, não...."Não precisa vir mais...". Foi o que ele disse.

Mais tarde ouví dizer que eu muito o questionava. Assim não dava.